Atividade inicial da farinhada, Angorá. Fot.: arquivo municipal
A Prefeitura Municipal de Itaitinga segue um modelo governamental desenvolvimentista, porém, busca preservar os saberes da própria identidade cultural. Portanto, à medida que adota políticas de desenvolvimento, fomentando a instalação de grandes empresas, como o Centro de Distribuição da Amazon e de outras igualmente modernas, através da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca, incentiva o pequeno agricultor a gerar renda, como no caso da produção de tapioca.
Com base nessa tradição nordestina, foi criada a lei municipal 678, de 04 de fevereiro de 2021, que institui a tapioca de mandioca como patrimônio imaterial de Itaitinga, um mecanismo legal intencionado a fortalecer uma tradição local e manter economicamente ativa as famílias guardiãs desse saber popular que marca, também, a cultura do povo itaitinguense.
Na entrada da singela fábrica, um amontoado de raízes rodeadas por mulheres, jovens e crianças. O ofício ali exercido, ocorre com destreza: enquanto descascam os tubérculos, o diálogo é permanente. No compartimento ao lado, a maciez e a brancura da goma harmonizam delicadeza e rusticidade a compor o mesmo ambiente impregnado pelo cheiro do beiju, pelo aroma da farinha e por outras fragrâncias afins
- farinhada é um celeiro de risos e histórias; e, para muitos cearenses, uma tradição mantida na memória afetiva, para o itaitinguense, no entanto, uma tradição que persiste.